terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Flores...

...ele desligou.
Ela então guardou o celular e desceu para esperá-lo.
Ele disse que chegaria logo e que ela o esperasse no lugar de sempre...mas ela não o esperou. Não hoje. Queria um lugar novo para encontrá-lo.
Então ela escolheu a pracinha florida que ficava perto dali. Uma praça linda, pontilhada de cores e perfumes, um deleite para os sentidos.
E cruel com as pernas.
A praça não tinha banco. Nem batentes, nada. Nenhum lugar para sentar ou encostar.
Ela considerou sentar no chão, afinal estava de shorts, não ia mostrar nada que não devesse. Mas desistiu. Achou que ia ficar muito estranha ali, sentada no chão, no meio da praça.
E resolveu ser estranha em pé mesmo, parada no meio da praça, fazendo nada.
Olhou o relógio, achou que ele estava demorando e pegou um livro na mochila, para se distrair enquanto ele chegava.
Era no mínimo intrigante vê-la ali, em pé, com sua camisa florida, mochila nas costas e livro nas mãos. Bem no meio da praça e das flores.
Frequentemente levantava os olhos do livro para ver se ele estava chegando.
Frequentemente fechava o livro e dava um passo em direção a rua, pois imaginava ter visto o capacete prata estilo piloto de caça.
E frequentemente dava um passo para trás e reabria o livro as constatar que se confundira, aquele capacete era azul, o outro era preto, o outro era cinza...
Até que ela o viu, o capacete prata, a jaqueta... agora era ele!
Ela desceu para a rua, colocou o próprio capacete (que ele trouxe, claro) e subiu na garupa da moto.
E foi embora, levando o sol nos olhos, o livro na mochila e as flores na camisa.

Nenhum comentário: