sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sobre o rompimento do meu dique...


O limite foi ultrapassado.
A dor predominou.
E o resto de autocontrole, de disciplina, de sanidade, se rendeu ao sofrimento...
E afogada em autopiedade e ressentimento, afundei na minha própria sombra.
E emergi cega de fúria e disposta a enfrentar (e afrontar) todo mundo.
E como um espelho macabro, eu comecei a apontar e julgar nos outros, tudo aquilo qye não era aceito dentro de mim.
E os mais próximos, os mais amados, foram os mais julgados, os mais feridos.
E com razão, eles se afastaram, fugiram da minha presença tão cáustica...
E eu me vi só. Os amigos não confiavam mais em mim. Como confiar em alguém que num repente, pode surtar e destratar todo mundo?
Como querer por perto alguém que derrama veneno pelos olhos e pela boca?
Então, sozinha, sem ter a quem atacar, coloquei a mim mesma no banco dos réus do meu próprio julgamento.
E como todo condenado, revi toda a minha conduta e me arrependi profundamente dos meus atos desvairados.
E fui tomada pela vergonha.
Vergonha de ter tratado tão mal aqueles a quem eu mais amo.
E é essa vergonha que me impede de pedir perdão pessoalmente.
É a vergonha que me faz ficar em casa, por achar que não mereço mais estar perto deles.
É a vergonha que barra minhas manifestações de carinho, afinal como alguémque te encheu de patada pode te abraçar e dizer que te ama?
Mas eu amo sim, e muito...
E assim, covarde de tanta vergonha, tento aos poucos, me aproximar de novo...

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